Fotografia: Jorge C. Reis
Quantas ondas vão e voltam, quantos ventos,
encontrarão no meu deserto o seu descanso.
Quantos segredos vão soprar entre os meus dedos,
quais são os rios que encontrarão o seu remanso.
Que tempo e sombras irei ter de percorrer,
quantos pingos do meu pranto irão cair.
Para um dia, eu te encontrar e então poder,
entrar em ti, escutar por fim, o teu sentir.
Mas se depois de tudo aquilo em que pensei,
não mais puder alcançar o que eu sonhei,
nem conseguir encaminhar estes meus passos.
Só me resta em vão, esperar que o tempo passe,
como se o tempo, já sem tempo não bastasse,
para que um dia, eu possa estar entre os teus braços.
Texto: Victor Gil