Fotografia: Solange Mazzeto
Hoje não consegui sonhar-te.
Apenas insónia e sonos soltos.
Hoje não consegui,
esconder-me de ti.
Hoje não consegui tracejar as palavras,
que queria escrever para ti.
Somente frases ausentes,
apenas letras remotas,
linhas trocadas,
textos sem rumo, cadernos distantes.
Hoje não consegui enviar-te as flores,
que desejo plantar nos teus vasos.
Só folhas ressequidas,
rosas desfolhadas,
raízes indecisas,
regadas com gotas
que queria escrever para ti.
Somente frases ausentes,
apenas letras remotas,
linhas trocadas,
textos sem rumo, cadernos distantes.
Hoje não consegui enviar-te as flores,
que desejo plantar nos teus vasos.
Só folhas ressequidas,
rosas desfolhadas,
raízes indecisas,
regadas com gotas
frias e salgadas.
Hoje não consegui escutar as canções,
que queria que tu ouvisses.
Apenas sons dispersos,
violão sem cordas,
piano sem claves,
cantores sem voz,
letras sem versos.Hoje não consegui escutar as canções,
que queria que tu ouvisses.
Apenas sons dispersos,
violão sem cordas,
piano sem claves,
cantores sem voz,
Hoje não consegui sonhar-te.
Apenas insónia e sonos soltos.
Hoje não consegui,
esconder-me de ti.
Texto: Victor Gil
21 comentários:
Cada dia me gusta mas como escribes!
Felicidades.
Besos
Lindíssimo, Victor! É um prazer ler-te. Beijos.
Victor
Lindíssimo
muito belo o teu poema
Beijinhos
Sonhadora
Há dias assim, por mais que a gente queira, as idéias fogem, divagam, não tem foco...mas quando fogem em palavras e se tornam poesia, aí tudo muda! Se transformam em beleza!
Um abraço
A impressão que dá é que foi um dia perdido, desfocado, cheio de reticências, e que, na realidade, é um alerta, de que precisamos rever alguns conceitos - olhar um pouco pra dentro de nós mesmos.
Beijinho pra vc Victor e um excelente dia!
É bom te encontrar lá no meu cantinho. Nem imaginas o quanto gosto de história, e saber o que soube, que na antiga Iugoslávia se está a esquecer episódios como os de srebrenica, me deixou realmente muito chocado. Se o passado não for lembrado, é mais fácil de ser repetido.
Tu és um cara muito inteligente. Teu poema é muito gostoso de ler, mesmo com esse fundo de melancolia, de pachorra (ou será desespero?). Adoro a dança de idéias (flores ressequidas que te dei, por não poder dar as outras...), as palavras com grafia diferente das daqui do Brasil ("insónia" no lugar de "insônia")... E a fotografia em preto e branco, ainda sem mostrar os olhos, denota ainda mais um estado de espírito sem muita alegria, uma poesia cinza, apesar do afã de vida nela contido.
Andei a dar uma olhada no teu espaço, nas fotos, nos textos. Adorei o azul ao fundo, minha cor favorita, a cor do mar, do céu, da paz.
Vou te seguir também. Agora que tenho planos de casar aí em Portugal, comecei a seguir todo blogue de lusitano que aparece no meu, porém o teu vale a pena pelo conteúdo. Meus parabéns!
Au revoir, mon ami.
Tão bom quanto ao outro blog seu...gostei de ideia de textos próprios sobre imagens de amigos: desafiante!
Neste texto, em particular, gostei da ideia de não poder esconder-se dela.. que vejo como ser si mesmo...
Abraço...
Rafael
Belíssimo, as dores secretas dos desejos contidos.
Abraços.
Olá, Victor Gil!
Então tens um outro blog?! E muito agradável. É sempre um prazer visitar-te. Mesmo quando estás como hoje, com a criação presa - na "insónia e sonos soltos". Mas isso porque o coração pulsa ansioso por um grande amor. O amor sempre é grandioso para o coração que é igualmente grande.
Um abraço amigo.
Olá Gil,
Muitas vezes quando não sabemos o que dizer é que o coração fala mais alto.
Seu poema ficou lindo, gosto muito deste seu espaço.
Bjs,
Dalinha
Nossa, arrasou em amigo!Esse poema chega a tocar na tristeza como um ser. Eu hoje não consegui deixar de agradecer sua presença, mesmo atrasada! rs... É sempre bem vindo a qualquer hora, espero que tenha gostado de ver seu link na árvore bloguealógica. Obriadaaaaaaaaaa!!! bjão
Amigo
Mais um poema de grande nível e qualidade.
Gostei de o ler e sentir as tuas palavras.
Com amizade
Luis
há dias assim...mas o sentimento está lá!...a foto também é excelente
Bom domingo, Gil!
Até.
Salve!
Muito obrigada pela visita e por seu comentário. Hoje a conexão está dando uma colher de chá, , estou conseguindo abrir alguns blogs menos carregado e deixar o meu profundo agradecimento - é muito bom poder contar com você. Aos pouquinhos eu vou dando conta de tantos amigos, de tantos comentários e de tantas leituras interessantes que aparece. Divulgar esse imenso país com suas belezas naturais e multiplicidades culturais é a minha verdadeira intenção, afinal ninguém pode amar aquilo que não conhece, não é verdade ? Eu me apaixonei pelo Brasil aos 12 anos de idade quando li Ariano Suassuna em "O Auto da Compadecida" - Chicó foi o meu primeiro amor..Penso que falta ao povo brasileiro é esse sentimento de pertencimento, de vontade de preservar o seu espaço lutando por um mundo cada vez melhor. Vemos tantas coisas na TV, escandalos de dinheiro em cueca, em bolsas, em malas e até na meia. Se essa raça de políticos amassem o Brasil e seu povo, isso não aconteceria. Com certeza que não. Porque eles só estão pensando neles próprios, dane-se quem vem atrás : farinha pouca, meu pirão primeiro, é o pensamento de quem não tem esse sentimento de pertencimento por uma nação tão linda, tão especial. Sim, porque aqui ainda é o melhor lugar para se morar. Por isso faço questão de divulgar a nossa cultura, o nosso povo, quem sabe um dia a ficha cai...Pode até ser uma ideologia, mas acredito que o melhor caminho seja a educação, o conhecimento.
Só sei que a coisa me parece estar dando certo, porque até já andei conhecendo alguns blogs iguais aos meus, a cópia é tão grande que até o layout e o corpo de letras são iguais - assim ninguém merece...
Que a Paz e o Bem estejam sempre com você e mais uma vez muito obrigada pelo seu carinho para com o meu trabalho.
Um grande abraço,
Silvana Nunes.'.
Saudações Florestais !
Poeta, apesar de triste, o poema é delicado e fala do amor sozinho que, ainda assim, tenta o encontro.
É belíssimo!
beijos
Victor!...
Apesar de triste...é lindo também pela beleza do sentimento!...
Obrigada pela visita e pelo carinho!
Beijo e bom Natal pra ti...
Amigo cá estou eu outra vez, aproveito para dizer que está cada vez melhor a sua arte.
Um beijo "frio"com carinho.
Maria
O teu dia sem palavras sem flores canções ou sonhos se trasnformou em um lindíssimo poema.
Todos os objetos e sentimentos supostamente perdidos por ti apenas se traduziram em palavras que muito me agraciaram.
Beijo fraterno =)
...Somente hoje consegui soprar as nuvens e chegar aqui...
Um beijo para ti querido Gil!
Ro
Epifania.
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