Fotografia: Rui Pires – Olhar D’Ouro
Um dia quis abraçar, Lisboa,
mas os meus braços foram curtos,
para envolver todo o espaço.
Faltavam os teus, nos meus braços,
para completar o abraço.
Vou pedir às asas das gaivotas,
às algas que atravessam mares,
às marés, às águas do Tejo.
Às nuvens, às vagas, aos ventos,
que me tragam o teu beijo.
Pedir aos peixes todos do mar,
às canções dos marinheiros.
às rotas dos velhos veleiros.
Que no desatar das suas velas,
te tragam por dentro delas.
E quando os meus braços estiverem,
envolvidos nos teus braços,
na voz de um fado que ecoa.
Enlaçado em teu abraço,
nós vamos abraçar Lisboa.
Texto: Victor Gil